UMA CLÍNICA DE INSTANTES INUSITADOS
Babilak Bah
Novo livro de Babilak Bah é baseado na trajetória do artista como arte-educador no campo da saúde mental, selecionado pelo Rumos Itaú Cultural, "Uma Clínica de Instantes Inusitados" propõe uma abordagem artística das reflexões geradas nos serviços públicos de saúde mental de Belo Horizonte.
A loucura como fonte de criação e experimentação é a base do livro "Uma Clínica de Instantes Inusitados", contemplado pelo Rumos Itaú Cultural (2019-2020), que o músico e poeta Babilak Bah lança no dia 9 de dezembro, às 20h, em live em seu canal do Youtube (link ao final do artigo). O público encontra ainda conteúdos extras no site (link ao final do artigo), onde o livro pode ser adquirido. Além do autor, o bate-papo virtual conta com a presença do sociólogo José Márcio Barros, do Observatório da Diversidade Cultural, da educadora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Patrícia Dornelles, dos integrantes do "Trem Tan Tan" Mauro Sergio Camilo e Marcos Evandro, do músico Rafael Sales – trabalhador da rede de saúde mental e membro do coletivo IMuNe – e do psiquiatra Paulo Amarante, com mediação da psicóloga Soraia Marcos, do Fórum Mineiro de Saúde Mental. "Uma Clínica de Instantes Inusitados", Na obra, Babilak Bah revisita sua trajetória como arte-educador no campo da saúde mental, em Belo Horizonte (MG), propondo uma abordagem artística das reflexões geradas nos serviços públicos de saúde mental da cidade, em especial, nos Centros de Convivência e Centro de Referência em Saúde Mental Álcool e Drogas (Cersam AD).
O artista aborda a metodologia e os processos criativos utilizados em um trabalho que perpassa a música, pintura, literatura e outros signos de inventividade que inspiram o reconhecido trabalho musical do coletivo "Trem Tan Tan", banda formada por pessoas com sofrimento mental que completa 20 anos em 2022.
Da poesia visual na pintura, à pesquisa entre corpo e palavra nas oficinas de literatura, Babilak maneja a linguagem artística como elemento de construção da subjetividade dessas pessoas. “O encontro da palavra com a percussão me deu sustentação como indivíduo. Foi onde criei minha alteridade, a alma do meu trabalho, entre o ritmo e a capacidade de raciocínio”, conta o autor.
O livro está estruturado em sete capítulos. Breve Arqueologia da Memória no Tocante à Loucura, que abre a publicação, retrata os primeiros contatos com o universo da loucura, ainda nos idos de infância, na Paraíba, onde nasceu. Uma das histórias relembradas é a de Vassoura, como era conhecida Maria Isabel Bandeira, uma senhora que andava a cavalo por João Pessoa na década de 1970 e, um dia, invadiu o Palácio do Governo a galope, desfraldando a bandeira do Brasil. “Foi uma espécie de mãe da performance no estado, ao transformar delírio em gesto artístico”, diz Babilak.
Em Percurso de um Percussionista no Território da Saúde Mental, o foco se volta para o diálogo da cultura popular com a arte moderna e contemporânea. Aqui, a construção de uma linguagem percussiva autoral trata os signos da loucura como potência, em uma experiência artística da vida vivida, para além da interpretação, que faz de cada apresentação um momento único, irreprodutível.
"Uma Clínica de Sons Inusitados" (capítulo do livro), faz uma reflexão sobre o exercício desenvolvido no serviço substitutivo antimanicomial, desbravando um território criativo de limites borrados, na interface entre saúde e cultura, com práticas artísticas cotidianas de enfrentamento das fragilidades pelo afeto, que extrapolam a ideia de oficina.
O quarto capítulo, Vivência da Loucura na Rítmica da Paisagem Social, aborda a Oficina Experimental Lúdica de Sons e Movimentos, com os eixos que sustentam essa proposta e os temas abordados durante o processo de criação e desenvolvimento da linguagem. O quinto é sobre o Centro de Convivência, no qual se discute a percussão como linguagem e instrumento de inclusão e produção de sentido no território da saúde mental. No bloco seguinte, o autor reflete sobre a relação do samba com a loucura, a experiência musical do "Trem Tan Tan" na criação de um relacionamento crítico positivo com a mídia e o papel sociocultural do grupo como ação de intervenção estética. A penúltima parte se debruça sobre o processo criativo de viés literário, com os métodos adotados e referências à obra dos inúmeros poetas que emergem no ambiente da saúde mental.
Em um anexo no final do livro, Babilak apresenta o projeto Ritmo, Corpo e Palavra, atividade ofertada aos usuários do serviço de saúde mental. Uma culminância estética e investigativa com autores contemporâneos, em um exercício que funde música, literatura e outros estímulos criativos na produção de signos.
Autor: https://www.instagram.com/babilakbah (@babilakbah)
Livro: https://babilakbah.com.br
Trem Tan Tan: https://www.instagram.com/tremtantan (@tremtantan)
Rumos Itaú Cultura: https://rumositaucultural.org.br
Autor Babilak Bah
Livro: Uma Clínica de Instantes Inusitados
Livro: Uma Clínica de Instantes Inusitados
